O pitu, camarão nativo brasileiro listado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na categoria de espécies ameaçadas, pode estar mais próximo de voltar a aparecer com abundância nos rios, seu habitat natural. Um estudo desenvolvido em Pernambuco pode ajudar o repovoamento de áreas onde esse crustáceo não é mais achado com freqüência.
Coordenado pelo pesquisador Petrônio Coelho, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um estudo realizado em cativeiro conseguiu obter 90% de pós-larvas de camarão pitu. Até hoje pesquisas desse gênero tinham obtido no máximo 10%.
O índice atingido no estudo realizado no Nordeste é superior inclusive ao encontrado na natureza. Segundo disse o cientista ao Jornal do Commercio, do Recife, "no meio natural, de cada 100 mil ovos, apenas dois ou três chegam à fase de pós-larva".
No cativeiro os pesquisadores também conseguiram uma velocidade de crescimento maior. Nos rios o pitu demora aproximadamente dois anos e meio para chegar a 90 gramas. Nos tanques, ao serem alimentados com ração para camarão, os crustáceos chegaram ao mesmo peso em 225 dias.
O pesquisador da UFPE, no final do estudo, fez um repovoamento simbólico dos rios Una, ao sul do Estado de Pernambuco, e do São Francisco, que corta cinco Estados da região Nordeste, além de um pedaço de Minas Gerais. O trabalho efetivo de repovoamento ainda está em estudo.
As informações são da agência Fapesp.